segunda-feira, 14 de maio de 2012

Para confessar: o que eu não fazia na infância (e todo mundo fazia)

Eu sou criança de apartamento. Nunca tive rotina de ir pra rua, jogar bola com a gurizada, subir em árvore, ralar joelho, cotovelo, cara, dignidade. Nada disso.

essa não sou eu
Das coisas que devo confessar é que não brincava de elástico porque tinha medo de me enroscar e cair. Nem de pular corda porque até hoje pareço uma garça manca quando resolvo me aventurar.

Não sei dar cambalhota. Nunca subi em uma árvore, nem comi fruta do pé. Não tive um cachorro como melhor amigo e meu gato não era a criatura mais amável do mundo.

Não gostei da história da Polyanna e vivia em algum canto lendo alguma coisa, de bula de remédio a enciclopédia.

Mas nenhuma das coisas que eu não tenha feito causa mais espanto do que uma em especial. Nada deixa as pessoas mais perplexas na minha frente do que isso. Nem se eu disser que nunca andei a cavalo e que eu nunca vi um carrinho de rolimã ao vivo. Nada.

Eu era uma criança que não assistia Chaves. Pronto, falei! Sintam-se livres para julgamentos. Eu não entendia as piadas que as pessoas faziam usando citações do seriado e confesso que só fui assistir a um episódio depois de velha, na faculdade. Também não consigo acompanhar a revolta dos meus amigos quando Chaves parou de ser exibido no SBT, simplesmente porque o tal guri do barril não faz parte dos meus registros emotivos.

Enfim. Mesmo assim, espero que vocês não tenham preconceito, continuem me aceitando como amiga. Eu tive uma infância boa sim, das melhores. Só fui criada em apartamento.

Ok?


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Para pensar: a síndrome da rapidinha


"Desculpa a pressa, não deu pra conversar aquela hora", "Então, mas não sei se vai dar tempo", "Vi você de longe, mas tava tão corrida..."

Só hoje em menos de 3 horas eu consegui falar essas 3 frases pra 3 pessoas diferentes. E aí? E aí que pesou. Ontem conversando com um amigo, passei a por na balança isso de arrumar mil compromissos pra fazer. Sei que não tem nada de especial em ter uma rotina ocupada. Conheço muita gente que tem e inclusive você que está lendo é bem possível que viva no limite da agenda pra tudo como eu.

O negócio é que eu acostumei com isso. Se me falassem que agora os dias têm 6 horas a mais pra você fazer o que quiser, você sabe o que eu ia fazer? Arrumar mais um emprego, ou pegar mais aulas pra dar ou ia fazer um curso de qualquer coisa pra preencher meu tempo. Ficar à toa é definitivamente uma expressão que foge do meu vocabulário. E sempre fui assim. Quem me conhece, sabe.

Só que agora eu tô aqui com as minhas caraminholas. Será que vale a pena tanta correria? Tanta obrigação pra cumprir? É tanta coisa, tanta gente que eu deixo de lado e o pior, eu tenho me deixado de lado também. Sabe Deus quando foi a última vez que consegui ir no salão sem ficar apressando a manicure que tinha que ir logo porque tinha um compromisso ou quando consegui definitivamente sentar e ler um livro sem acabar dormindo quando passava pra segunda página.

É oficial: eu sofro de síndrome da rapidinha. Confesso. #prontofalei

E agora, o que que eu faço?

Bom, por enquanto vou ficando com Robertão e dedico essa canção ao meu salário.